DESCENTRALIZAÇÃO

Vivemos em dias incertos, onde o momento mais preciso é o indeterminismo do amanhã.
Vivemos acorrentados a idealismos consequentes de uma infra-estrutura desassociada de bens primordiais.
Somos fruto de um mundo neurótico, de bombas, barulho, de guerra fria e suor artificial.
Fazemos parte de uma massa totalitária, envolvida pela mentira verdadeira, de um amanhã melhor.
Andamos a procura do tesouro escondido no fundo do oceano que jamais será encontrado.
Idealizamos a metarmofose dos deuses em busca do mundo ideal.
Semeamos ferro e aço, para colhermos uma flor de arame farpado, para levarmos pendurada no peito, e gritar pelos heróis mortos.
Corremos atras da fumaça que se perde pelo infinito.
Lutamos uns contra os outros, sem sabermos quem é quem.
O calor é forte, a necessidade é premente, o suor escorre...matamos um valente, sequestramos uma inteligência, da dor...aparente.
Visualizamos as catacumbas, com seus mortos.
Olhamos para o céu...sem estrelas, foguetes, astronautas.
Debatemo-nos contra o preciso, quando o preciso é ser forte.Quando o necessário é saber ser gente.Quando o importante é amar.Quando o que devemos é sorrir.Quando o que é preciso é cantar.
Olhamos para o irmão, deparamos com um corpo árido e frio.
A lua não tem mais poema.As ondas ao se chocarem espumam, e resultam uma água límpida...cristalina.
O homem e o aço.O homem e a lata.
Sabemos o que queremos, mas não sabemos como querer.
Vivemos em guerra.Vivemos em função do meio...do povo, da gente, que é a gente, mas ninguém se entende.
Somos vítimas da industrialização...poluição...consequentemente somos a catástrofe despercebida, de um país em desenvolvimento, o desemprego...a desvalorização do homem e de sua mão de obra...o robô.
Somos fruto do progresso descentralizado, que encobre o mundo.Enfim...não somos ninguém.